Atualmente um tema central é o tão esperado corte de juros pelo Banco Central Americano (FED) e seu impacto nos mercados globais e no ambiente empresarial.
Merece destaque a resposta dos mercados americanos, que se mantiveram em máximas históricas. Há uma expectativa de que o FED consiga, de forma inédita, trazer uma inflação que chegou próxima de dois dígitos de volta à meta de 2% sem provocar uma recessão ou uma estagnação prolongada — o que seria um feito histórico. Vale lembrar que a última vez que o FED cortou 50 pontos-base (Bps) com os mercados acionários no topo foi em 1986.
A economia americana segue sólida, com atividade próxima de seu potencial e o FED iniciando uma trajetória de queda nos juros. No entanto, um corte considerado agressivo, em uma economia aquecida, pode reacender pressões inflacionárias. Isso sugere que o FED pode estar antecipando uma desaceleração gradual da atividade econômica e do emprego, enquanto a inflação parece, por ora, controlada. Esse cenário abriria espaço para novos cortes na taxa de juros.
Ainda não está claro se essa política irá beneficiar ativos de risco e mercados emergentes. A grande dúvida que persiste é: o que terá maior impacto para os mercados — uma desaceleração da atividade econômica americana ou a redução dos juros para níveis mais baixos?
Historicamente, uma vez iniciado o enfraquecimento do mercado laboral, há uma alta probabilidade de recessão. No entanto, a flexibilidade do mercado americano pode estar adiando sinais claros dessa fragilidade. As empresas costumam reduzir a carga horária dos funcionários antes de efetuar demissões, o que pode disfarçar a deterioração inicial. Além disso, o aumento recente da imigração pode ter elevado temporariamente os índices de desocupação, mas essa pressão deve se estabilizar nos próximos meses. Caso a taxa de desemprego se eleve de forma consistente, as chances de uma recessão aumentam significativamente.
Esse ambiente de potencial aumento do desemprego, associado a um possível corte de juros em um cenário de atividade econômica ainda robusta, é geralmente positivo para ativos de risco — particularmente para o mercado acionário. No entanto, além deste ciclo de cortes não seguir o padrão histórico, as eleições americanas acrescentam uma camada adicional de incerteza às próximas decisões do FED.
No nosso ponto de vista, a estratégia mais inteligente continua sendo a diversificação de risco e carteiras de investimento.