Prezados Cotistas,
Ao nos dirigirmos a vocês pela primeira vez, é com grande satisfação que ressaltamos um marco importante para a Gestora Copacabana e nosso principal fundo, o Quantitativo, que completará dois anos de existência no próximo mês. Este período tem sido um dos mais turbulentos dos últimos anos. Mesmo diante desse cenário desafiador, conseguimos demonstrar resiliência, consistência e assertividade com nossa metodologia proprietária aplicada aos fundos.
Acreditamos que a consistência a longo prazo está atrelada à construção de posições de valor relativo, permitindo ao fundo sofrer menos em períodos adversos, ainda que não capture os ganhos das carteiras direcionais em momentos de euforia. Nosso mandato em relação ao CDI tem sido fielmente cumprido, com resultados positivos acumulados mensalmente, característica distintiva de nosso produto.
Nossa busca por Alfa (retornos acima do CDI) mantém-se alinhada à estratégia de valor relativo. Consideramos que o ambiente macro e microeconômico, tanto interno quanto geopolítico, tem se mostrado instável e inconsistente, reforçando nossa confiança na eficácia de nossa estratégia a longo prazo. Todo o patrimônio do fundo está alocado em títulos do Governo, garantindo a rentabilidade do CDI, e complementamos com nossa metodologia desenvolvida internamente, operando o índice futuro do Ibovespa.
O CDI e as NTNBs têm representado desafios significativos para os fundos multimercados, que sofrem com as oscilações macroeconômicas. No entanto, esses mesmos desafios têm sido nossa fonte de conforto, pois é na depreciação ou valorização dos mercados que montamos nossas posições, além de aproveitarmos oportunidades de curtíssimo prazo no dia a dia.
Para informar a todos, nosso fundo Quantitativo obteve um rendimento de 36,14% desde o início, em agosto de 2022, até hoje (24/07/2024), o que representa 145% do CDI, livre de taxas de administração, gestão, custódia e performance.
Conseguimos atravessar esses momentos de estresse de forma estável e consistente, sem a necessidade de liquidar posições de investimento para limitar perdas. Provamo-nos ao longo do tempo, apresentando uma performance positiva e consistente, enquanto a maioria teve desempenhos insatisfatórios.
No ensejo de informar aos nossos cotistas sobre o momento vivido nesses dois anos, conforme descrito em matéria do jornal Valor de 24/07, a indústria de fundos enfrenta dificuldades significativas em busca de performance, com apenas 22% dos hedge funds superando o CDI nos últimos 30 meses. O IHFA, carteira teórica dos fundos multimercados criada pela ANBIMA, rendeu apenas 0,2% no primeiro semestre de 2024.
Destacamos também as constantes e frenéticas mudanças nos cenários nacional e internacional, afetando tanto grandes gestores quanto a nova geração de assets e gestores de fundos, que têm sofrido com a perda de patrimônio e rentabilidade. Houve uma saída maciça de recursos dos fundos multimercados nos últimos dois anos, totalizando cerca de R$ 348 bilhões. Exemplos notáveis incluem a gestora Adam, que reduziu seu patrimônio de R$ 28 bilhões para R$ 2,5 bilhões atualmente.
Gestoras estão fechando, reduzindo seus quadros ou se fundindo, em função das dificuldades enfrentadas nos últimos dois anos. Em 2016, havia cerca de 160 fundos; hoje, esse número beira os 1.000. A crise de performance com o CDI elevado e a competição dos investimentos incentivados têm pressionado o setor.
Investimentos como LCA, CRI, CRA, LCI, FIAGRO, LIG, debêntures incentivadas, CDBs de bancos menores protegidos pelo FGC, crédito privado, fundos de direitos creditórios e o próprio CDI são competidores diretos dos fundos multimercados. Muitas vezes, os investidores, em busca de maior rentabilidade, assumem níveis mais elevados de risco.
Ainda não vislumbramos uma melhora significativa do quadro interno e macroeconômico no curto prazo. Seguimos enfrentando problemas de inflação no Brasil e no mundo, política de juros elevados, troca de comando no Banco Central, que gera incerteza sobre a política monetária a ser adotada, eleições internas no Brasil e nos EUA, desafios geopolíticos, queda nos preços das commodities e uma solução fiscal interna ainda distante, tudo isso contribuindo para uma grande falta de previsibilidade.
No entanto, acreditamos na nossa estratégia, que tem se mostrado segura e resiliente.
Atenciosamente,